sexta-feira, 5 de junho de 2009

A cultura em coma!

Meu nome é Jesuína Passaroto, sou violista da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Presidente da Associação dos músicos da Orquestra e secretária do SINTAC- Sindicato dos Trabalhadores em Entidades Públicas da Ação Cultural do RJ.
O motivo desta invasão é para falar sobre o projeto de Lei 1975/2009, que está em tramitação na Assembléia Legislativa do RJ que prevê as implementações de OSs na área da cultura no estado e que deve ser votado na 1ª semana de junho.
Não haveria nenhum problema se o objetivo deste projeto fosse somente este.
No projeto vai embutida, e não está sendo divulgada pela imprensa, a EXTINÇÃO DE TODAS AS INSTITUIÇÕES CULTURAIS E CARREIRAS ARTÍSTICAS.
Instituições como Fundação Theatro Municipal com sua escola de Dança Maria Olenwa e a central Técnica de Ihaúma (nossa central de produções) serão extintas. Extingue-se também a FUNARJ com suas Escolas de música Villa-Lobos, Técnica de Teatro Martins Pena, Museus, salas de espetáculos, etc.
Todos, órgãos públicos que tem por objetivo servir à sociedade e que não tem em seu propósito o enriquecimento financeiro; que só não funcionam melhor por conta da incapacidade de seus gestores, que não são servidores do estado, e sim cargos de confiança dos governadores e pela falta de dotação orçamentária por parte do governo.

Com este projeto entrega-se todo o patrimônio material e imaterial à iniciativa privada, com dotação orçamentária obrigatória pelo governo, que deveria ser repassada às instituições já existentes. O projeto de lei prevê o repasse de dinheiro público às estas ONGs.
As carreiras de músico, bailarinos, coristas, técnicos teatrais serão extintas, acabando-se com a possibilidade de surgimento de novos talentos como Ana Botafogo, Cecília Kerche, Roberta Marques, Eliana Caminada, Nora Esteves, entre tantos outros de não menor valor.
As instituições que serão extintas têm em seus currículos, 100 anos ou mais de existência, com trabalhos de excelência reconhecidos no mundo inteiro.
O projeto prevê ainda, a utilização do dinheiro público para a compra de bens e serviços, sem a lei de licitações, a lei 8.666.

O que querem fazer é um crime sem precedentes.
O projeto não prevê a continuidade dos trabalhos destes artistas e destas instituições.
O projeto exime o estado da responsabilidade de prover cultura ao cidadão.
O governo entende que CULTURA NÃO É UM SETOR ESTRATÉGICO, NÃO É UMA NECESSIDADE BÁSICA DA POPULAÇÃO.

O governo está abrindo mão de seus artistas e de seu patrimônio.
Quer também colocar à venda o espaço cultural do teatro Casagrande , quer destombar o cine Icaraí , está retirando o acervo do Museu da Imagem e do Som (MIS – tombado em âmbito estadual) e levando-o para a beira da praia na antiga Boate HELP, mesmo sabendo que a maresia é o fator mais agressivo a este tipo de acervo.
Em resumo O GOVERNO QUER VENDER A CULTURA DO RIO DE JANEIRO, QUER PRIVATIZAR SUAS INSTITUIÇÕES. ENTREGAR TODO O SEU PATRIMÔNIO À INICIATIVA PRIVADA COM O APORTE FINANCEIRO DO ERÁRIO PÚBLICO.

A classe artística não pode deixar o governo acabar com a nossa cultura e nossa memória.
Já estão apoiando nossa causa; Francisco Cuoco, Andréa Beltrão, Diogo Vilela, Marília Barbosa, Priscila Camargo, Paulo Cesar Grande, João Vitti, Valéria Vitti, Silvia Bandeira, Edmilson Santinni, Beth Carvalho, Cláudio Nucci, Cristovão Bastos, Leandro Braga, Luiz Caldas, Roberto Menescal, Sérgio Natureza, Tibério Gaspar, Eduardo Souto, Marcelo Mansur, André Heller, Fernando Bicudo, Juarez Cabello, Tim Rescala, Silvio Barbato, Marlos Nobre, Caíque Botkay, Gisele Santoro, Olinda Saul, João Wlamir, Edy Diegues, Victor Prochet, Greice Kerche, Kadu Machado, Rose Marie Muraro, Rose Schlesinger, Lauro Gomes, SindMusi - Sindicato dos Músicos Profissionais do Estado do Rio de Janeiro, SPDRJ -Sindicato dos Profissionais da Dança, SATED - Sindicato dos Artistas e Técnicos em espetáculos de diversões,e mais 8.500 assinaturas em abaixo assinados on line e papel impresso.



Peço o seu apoio a esta causa.

Segue abaixo o link do abaixo assinado contra estes disparates.



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